O crime organizado dentro das penitenciárias brasileiras pode estar com os dias contados. Um novo projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional propõe a instalação obrigatória de bloqueadores de sinal de celular em todos os presídios do país. O objetivo é cortar a comunicação dos detentos com o mundo exterior e impedir que ordens para crimes sejam dadas de dentro das celas.
Celulares em Presídios: O Coração do Crime Organizado
A presença de celulares dentro dos presídios brasileiros não é novidade. Relatórios indicam que facções criminosas comandam sequestros, tráfico de drogas, roubos e até assassinatos de dentro das prisões, sem que precisem sequer sair das celas. Em 2023, foram apreendidos mais de 40 mil celulares dentro dos presídios em operações policiais, um número alarmante que escancara a fragilidade do sistema penitenciário.
Hoje, mesmo com leis proibindo o uso de aparelhos móveis, detentos encontram formas de burlar a fiscalização. Pequenos celulares são introduzidos ilegalmente nas cadeias através de visitantes, servidores corruptos e até drones. Além disso, há denúncias de que facções controlam setores inteiros das prisões, garantindo o acesso livre a esses dispositivos.

A Nova Lei e Seus Impactos
Se aprovado, o projeto de lei obrigará que todos os presídios brasileiros tenham bloqueadores de sinal de celular funcionando 24 horas por dia. As operadoras de telefonia serão responsáveis pela instalação e manutenção dos equipamentos, e as unidades prisionais terão um prazo de até 180 dias para se adequarem.
Especialistas em segurança pública defendem que essa medida será um golpe duro contra o crime organizado. Sem comunicação, a cadeia de comando das facções criminosas ficará enfraquecida, dificultando a execução de crimes orquestrados de dentro das prisões.
Desafios e Resistências
Apesar da urgência do problema, a proposta enfrenta desafios. O custo da instalação e manutenção dos bloqueadores é um dos principais pontos de discussão. Além disso, há um histórico de tentativas frustradas de implementação dessa medida. Em estados onde bloqueadores foram instalados, criminosos conseguiram burlá-los usando tecnologia mais avançada, como chips internacionais e aparelhos via satélite.
Outra preocupação é o impacto do bloqueio em áreas vizinhas às penitenciárias. Em alguns casos, o bloqueio de sinal pode afetar bairros próximos, prejudicando moradores e estabelecimentos comerciais que dependem de conexão móvel para suas atividades diárias.
População Apoia a Medida
Pesquisas de opinião indicam que a maioria dos brasileiros é favorável à instalação dos bloqueadores de celular nos presídios. O clamor popular por mais segurança e por medidas mais rígidas contra o crime organizado tem crescido nos últimos anos, especialmente diante do aumento da violência e da impunidade.
Se essa nova lei for aprovada e aplicada corretamente, pode representar um divisor de águas na luta contra o crime no Brasil. Mas a pergunta que fica é: o sistema penitenciário está realmente preparado para enfrentar essa batalha?