A violência em Porto Seguro atingiu um novo patamar de brutalidade com a execução de um jovem na manhã desta segunda-feira (24). O corpo da vítima, ainda sem identificação, foi encontrado em uma estrada vicinal próxima ao entroncamento das rodovias BR-367 e BA-001, com múltiplas perfurações por tiros e um bilhete ao lado, sugerindo que o crime foi um ato de vingança.
O recado escrito à mão continha frases como “estuprador passa mal” e “na favela sem ideia para estuprador”, indicando que a execução pode ter sido ordenada por um tribunal do crime — prática comum entre facções criminosas que impõem punições próprias em comunidades dominadas pelo tráfico.

Porto Seguro sob o domínio do medo
Esse não é um caso isolado. A região tem sido palco de uma escalada da violência, impulsionada pela guerra entre facções rivais e a ausência de controle estatal em algumas áreas. Em muitos bairros, a sensação de insegurança cresce à medida que criminosos estabelecem suas próprias regras e promovem execuções sumárias para impor o terror e consolidar seu poder.
A vítima, encontrada vestindo apenas bermuda e sandálias, foi assassinada com munições de alto calibre. No local do crime, a perícia recolheu cápsulas de pistolas .40, 9mm e fuzil 5.56, um indício da sofisticação do arsenal utilizado por essas facções.
Autoridades em alerta, mas impunidade persiste
A Polícia Civil abriu investigação para identificar os autores do crime e confirmar a motivação por trás da execução. No entanto, especialistas alertam que a dificuldade em elucidar casos como esse fortalece a impunidade e encoraja novos atos de violência.
Moradores da região relatam viver sob um estado de medo constante, evitando sair de casa à noite e limitando suas atividades diárias para não cruzar o caminho de criminosos. O poder paralelo imposto pelas facções desafia as autoridades e coloca em xeque a capacidade do Estado de garantir segurança à população.
Diante desse cenário, o caso reforça a necessidade urgente de medidas efetivas de combate ao crime organizado e de políticas públicas que devolvam à população o direito de viver sem medo.