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Entregadores de Aplicativos Fazem Greve Nacional por Melhorias nas Condições de Trabalho

Nesta segunda-feira, 31 de março de 2025, entregadores de aplicativos em diversas cidades do Brasil iniciaram uma paralisação nacional para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento, batizado de “Breque Nacional dos Apps 2025”, pretende pressionar empresas como iFood, Uber Eats, Rappi e 99 Entrega a atenderem demandas urgentes da categoria. A greve deve durar […]

Nesta segunda-feira, 31 de março de 2025, entregadores de aplicativos em diversas cidades do Brasil iniciaram uma paralisação nacional para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento, batizado de “Breque Nacional dos Apps 2025”, pretende pressionar empresas como iFood, Uber Eats, Rappi e 99 Entrega a atenderem demandas urgentes da categoria.

A greve deve durar até terça-feira, 1º de abril, com manifestações previstas em pelo menos 20 estados. Entregadores relatam dificuldades financeiras devido à baixa remuneração, aumento nos custos operacionais e falta de direitos trabalhistas.

Principais Reivindicações da Categoria

Os entregadores apresentam uma série de demandas, entre as quais se destacam:

Aumento da taxa mínima por entrega – Atualmente, muitos entregadores relatam receber menos de R$ 7 por corrida, valor insuficiente diante do custo de vida e dos gastos operacionais. Eles pedem um mínimo de R$ 10 por pedido.

Reajuste do valor por quilômetro rodado – Atualmente, a média paga pelas plataformas é de R$ 1,50 por km, enquanto os entregadores exigem um aumento para R$ 2,50 por km rodado.

Pagamento justo por entregas agrupadas – Muitos entregadores reclamam que, ao aceitar pedidos múltiplos em uma mesma rota, acabam recebendo apenas um valor simbólico adicional, que não compensa o trajeto extra.

Limitação do raio de entrega para ciclistas – Ciclistas reivindicam um raio máximo de 3 km para evitar longas distâncias que tornam o trabalho exaustivo e mal remunerado.

Seguro contra acidentes – Muitos trabalhadores ficam desamparados em casos de acidentes, sem qualquer assistência médica ou financeira. A categoria pede que as empresas arquem com um seguro básico para os entregadores.


Perfil dos Entregadores no Brasil

De acordo com estudos sobre o setor de entregas por aplicativos, estima-se que existam aproximadamente 2,2 milhões de trabalhadores cadastrados em plataformas de delivery e transporte no Brasil. Desse total, cerca de 60% atuam de forma exclusiva, dependendo inteiramente dessa atividade para sua renda.

A maioria dos entregadores são homens (97%), com idade média de 33 anos. Aproximadamente 68% se identificam como negros ou pardos e 59% possuem ensino médio completo.

Os dados também apontam que a jornada média diária é de 10 a 12 horas, com muitos trabalhadores operando sete dias por semana para atingir uma renda mínima.


Baixa Remuneração e Custos Elevados

Apesar das longas jornadas, a renda mensal líquida da maioria dos entregadores varia entre R$ 1.980 e R$ 3.039, mas isso não leva em conta os custos com combustível, manutenção da moto ou bicicleta, alimentação e taxas cobradas pelos aplicativos.

Com o aumento no preço da gasolina e o custo elevado de manutenção de veículos, muitos relatam que seus ganhos não cobrem as despesas básicas, forçando-os a trabalhar cada vez mais.

Um estudo anterior apontou que a renda média por hora de um entregador pode ser inferior a R$ 5,00, um valor insuficiente para cobrir o custo de vida nas grandes cidades.


Mobilizações e Impacto da Greve

A paralisação está acontecendo em diversas capitais e grandes cidades do Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Porto Alegre. Durante a greve, os organizadores planejam motociatas, carreatas e protestos em frente às sedes das plataformas.

Os entregadores denunciam que algumas empresas estariam tentando minar o movimento ao oferecer bônus temporários e incentivos financeiros para quem continuar trabalhando, uma prática já vista em greves anteriores.

Além disso, a categoria pede o apoio da população, incentivando que consumidores não façam pedidos por aplicativos durante a greve como forma de solidariedade à causa.


Empresas se Pronunciam, Mas Negociações Ainda São Incertas

As principais plataformas de entrega, por meio da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), afirmaram respeitar o direito à greve e destacaram que estão sempre abertas ao diálogo. No entanto, até o momento, não há indicações de que as empresas irão atender às principais demandas dos entregadores.

Os trabalhadores afirmam que, caso não recebam uma resposta satisfatória, novas paralisações podem ser organizadas em abril e maio, aumentando a pressão sobre as plataformas.


Conclusão: A Luta por Condições Dignas no Trabalho por Aplicativo

A greve nacional dos entregadores de aplicativos expõe uma questão urgente: a necessidade de regulamentação e melhores condições para uma categoria essencial à economia digital.

Sem um modelo de remuneração justo e sem garantias mínimas, milhares de trabalhadores enfrentam um cenário precário, onde são forçados a trabalhar exaustivamente para conseguir uma renda básica.

Se as empresas não atenderem às reivindicações, é possível que o movimento se intensifique nos próximos meses, colocando em xeque o modelo de negócios das plataformas e abrindo espaço para mudanças estruturais no setor.

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