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Desencanto Feminino: Por Que as Mulheres Estão Abandonando Lula?

Uma virada inesperada na opinião pública brasileira coloca o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob um novo e preocupante foco: a perda de apoio entre as mulheres. A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada em abril de 2025, revela que, pela primeira vez, a maioria das mulheres desaprova a gestão petista. O dado […]

Uma virada inesperada na opinião pública brasileira coloca o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob um novo e preocupante foco: a perda de apoio entre as mulheres. A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada em abril de 2025, revela que, pela primeira vez, a maioria das mulheres desaprova a gestão petista. O dado não é apenas estatístico, mas um reflexo da insatisfação crescente de um eleitorado que foi fundamental para a vitória de Lula em 2022.

Os números falam por si: a desaprovação entre as mulheres saltou para 47%, ultrapassando a aprovação, que caiu para 45%. Em fevereiro, o cenário era inverso: 47% aprovavam e 44% desaprovavam. Trata-se de uma inversão significativa em apenas um mês, e os sinais de alerta no Planalto já estão ligados. Mais do que uma oscilção dentro da margem de erro, esse dado pode representar uma mudança estrutural na percepção da população feminina sobre o atual governo.

A perda de apoio das mulheres é ainda mais relevante quando se leva em conta que elas representam 52,6% do eleitorado brasileiro, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2022, pesquisas apontavam que Lula teve uma vantagem expressiva sobre Jair Bolsonaro entre as mulheres, especialmente devido à rejeição ao discurso agressivo do ex-presidente e às promessas petistas de fortalecimento das políticas sociais. Agora, o cenário é outro.

O que explica essa reviravolta?

Analistas políticos apontam algumas razões para essa queda abrupta no apoio feminino ao governo Lula. Uma delas é a estagnação da economia. A inflação dos alimentos continua alta, corroendo o poder de compra da população, especialmente das mulheres chefes de família. Segundo o IBGE, o preço da cesta básica subiu 9,4% nos últimos 12 meses, impactando diretamente milhões de lares.

Outro fator relevante é a percepção de que as políticas públicas para mulheres não estão surtindo efeito na prática. Apesar dos anúncios do governo sobre o fortalecimento de programas voltados às mulheres, como o Bolsa Família e incentivos à participação feminina no mercado de trabalho, muitas mulheres continuam enfrentando dificuldades em obter empregos e manter suas famílias. Dados do IPEA apontam que a taxa de desemprego entre mulheres é 3,8 pontos percentuais maior do que entre os homens, e a desigualdade salarial persiste.

O aumento da violência contra a mulher também pesa nessa equação. Relatórios recentes mostram que os feminicídios cresceram 6% em 2024, e os casos de violência doméstica seguem alarmantes. Para muitas mulheres, o governo não tem demonstrado força suficiente para enfrentar essa questão com a urgência necessária.

O efeito dominó e os riscos para Lula

Se a tendência de perda de apoio feminino continuar, Lula pode enfrentar grandes dificuldades na consolidação de sua base eleitoral para 2026. Afinal, não é apenas entre as mulheres que a desaprovação cresce. A pesquisa da Quaest também mostra aumento na rejeição ao governo em outros segmentos: entre os brasileiros com ensino fundamental, a desaprovação subiu de 40% para 44%; no Nordeste, reduto histórico do PT, esse índice cresceu de 33% para 38%.

A má notícia para Lula é que essa insatisfação pode ser um sintoma de algo maior. A imagem de um governo que prioriza a justiça social pode estar se desgastando diante da realidade econômica e social do país. Se não houver mudanças concretas e perceptíveis, o desencanto das mulheres pode ser apenas o primeiro dominó a cair.

Por enquanto, a aprovação geral do governo ainda se mantém estável, com 51% de apoio contra 45% de rejeição. Mas, com os ventos da opinião pública mudando rapidamente, o governo precisará agir rápido se quiser impedir que essa nova realidade se transforme em um pesadelo eleitoral.

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