• Home  
  • Guerra nas aldeias: Assassinato brutal de indígena em Porto Seguro expõe domínio do crime organizado na Bahia
- Polícia

Guerra nas aldeias: Assassinato brutal de indígena em Porto Seguro expõe domínio do crime organizado na Bahia

A violência dentro das comunidades indígenas da Costa do Descobrimento, na Bahia, atingiu um novo patamar alarmante. No último sábado (29), Uanderson Braz Monteiro, um indígena de 27 anos, foi brutalmente assassinado a tiros enquanto pilotava uma motocicleta na Aldeia Boca da Mata, localizada em Porto Seguro. O crime, cometido por cinco homens encapuzados, também […]

A violência dentro das comunidades indígenas da Costa do Descobrimento, na Bahia, atingiu um novo patamar alarmante. No último sábado (29), Uanderson Braz Monteiro, um indígena de 27 anos, foi brutalmente assassinado a tiros enquanto pilotava uma motocicleta na Aldeia Boca da Mata, localizada em Porto Seguro. O crime, cometido por cinco homens encapuzados, também deixou um segundo indígena ferido, com um tiro no braço que resultou em fratura exposta.

O assassinato não é um caso isolado. O aumento da presença de facções criminosas dentro das aldeias indígenas tem gerado um clima de insegurança e impunidade, dificultando a ação das autoridades. Com a intensificação do tráfico de drogas e disputas internas de poder, assassinatos têm se tornado recorrentes nessas comunidades, sem que haja uma resposta efetiva do Estado.

Facções criminosas controlam territórios indígenas

O caso de Uanderson expõe uma realidade preocupante: grupos armados estão transformando aldeias em zonas de guerra, onde assassinatos, ameaças e coerção são cada vez mais frequentes. Relatos indicam que as facções utilizam esses territórios como pontos estratégicos para armazenamento de drogas e armas, além de recrutarem jovens indígenas para o crime organizado.

Em setembro de 2024, outro indígena foi morto na mesma Aldeia Boca da Mata, em circunstâncias semelhantes. Em novembro de 2023, um morador da Aldeia Pará, em Caraíva, foi executado a tiros ao abrir a porta de casa para atender um chamado. A falta de investigações aprofundadas e de medidas de segurança eficazes tem feito dessas regiões territórios esquecidos pelo poder público, onde o crime impera sem resistência.

Impunidade e resistência a investigações

O trabalho das autoridades policiais nas aldeias tem sido dificultado não apenas pela presença das facções, mas também por grupos dentro das próprias comunidades indígenas que resistem à presença da polícia. No caso mais recente, a equipe da perícia foi hostilizada por um grupo de indígenas enquanto realizava os procedimentos no local do crime. Esse tipo de resistência tem se tornado um obstáculo para investigações, impedindo que criminosos sejam identificados e punidos.

Além disso, há um silêncio imposto pelo medo. Muitos moradores evitam denunciar crimes por receio de represálias, o que alimenta ainda mais a impunidade. A ausência de proteção para testemunhas e a falta de infraestrutura de segurança nas aldeias contribuem para esse cenário de abandono e vulnerabilidade extrema.

A quem interessa o caos?

A violência nas aldeias indígenas da Bahia não é um fenômeno novo, mas vem se intensificando nos últimos anos. Especialistas apontam que a combinação entre tráfico de drogas, disputa por terras e a ausência do Estado tem criado um ambiente propício para a escalada da criminalidade.

A falta de políticas públicas voltadas para a segurança das comunidades indígenas e a negligência do governo federal e estadual são fatores determinantes para que facções criminosas continuem expandindo seu domínio. Enquanto isso, líderes indígenas denunciam que a violência tem sido utilizada como ferramenta para enfraquecer a organização das aldeias e facilitar a exploração ilegal de seus recursos naturais.

Diante desse cenário, a pergunta que fica é: quantos mais precisarão morrer para que medidas efetivas sejam tomadas? A escalada da violência em territórios indígenas não pode ser tratada como um problema secundário. O assassinato de Uanderson Braz Monteiro não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. A sociedade precisa cobrar das autoridades uma resposta urgente antes que essas comunidades sejam completamente dominadas pelo crime organizado.

📢 Compartilhe esta notícia com o mundo!

Miranews  2025 © Todos os direitos reservados